Avaliação terapêutica

Glossário

Patologia = doença.

Inaloterapia = terapia com inalação.

Hipoventilação = falta de ar nos pulmões, diminuição da ventilação.

Oximetria = exame que avalia a quantidade de oxigênio que é absorvida nos pulmões.

    Esses são os termos que acreditamos que possam trazer alguma dificuldade para a compreensão do texto. Se tiverem alguma dúvida ou queiram que atribuímos outras definições deixem nos comentários. Desde já muito obrigado e boa leitura.


    O tratamento de pacientes com Fibrose Cística depende de um local especializado em conjunto de uma gama de profissionais - médicos, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos, entre outros - que trabalhem de forma multidisciplinar para proporcionar o melhor acompanhamento para esse paciente. Dentro dessa equipe o fisioterapeuta tem como objetivo atuar por meio da fisioterapia respiratória para possibilitar uma maior retirada de secreção, consequentemente, realizando uma desobstrução e de acordo com o sistema respiratório. Além disso, pode intervir na educação do paciente e família sobre a patologia, inaloterapia, melhora do condicionamento físico e força muscular. 

     Nesse primeiro tópico abordaremos, antes de mais nada, uma avaliação fisioterapêutica e no que ela se consiste, contudo, elencando os principais pontos, visto que é um processo complexo e não podemos cair no erro de negligenciar outros elementos. Assim, o fisioterapeuta tem como formas de avaliação, desde questionários até testes físicos.  No caso da Fibrose Cística, o profissional deve medir a quantidade de oxigênio que está sendo transportado pelo sangue através da oximetria (Sp02), aferir de forma indireta a dispneia (falta de ar), esforço respiratório e dor.  Mas também considerar e avaliar aspectos como:

    - Volume expiratório final no primeiro segundo (VEF1): refere-se à quantidade de ar que é expelido no primeiro segundo após uma inspiração máxima. Essa medida está inclusa na espirometria (figura 1), exame que possui o objetivo de avaliação da função pulmonar do indivíduo.

Figura 1: Homem realizando espirometria.
    
    Fonte: Autor desconhecido, Spirometry. Editado por Bruna Maciel Melo, obra original disponível em MedlinePlus: https://medlineplus.gov/ency/imagepages/1142.htm. Acesso em: 14 de janeiro de 2021.

    - Ausculta pulmonar: (figura 2) é um mecanismo que possibilita a  compreensão do fisioterapeuta sobre a existência de áreas pulmonares do paciente com hipoventilação ou sem meios, por meio do estetoscópio.

Figura 2: Médico realizando ausculta pulmonar em uma criança.

    

    Fonte: Autor desconhecido. Editado por Bruna Maciel Melo, obra original disponível em Shutterrstock - banco de imagens e vídeoshttps://www.shutterstock.com/pt/image-photo/african-male-pediatrician-hold-stethoscope-exam-1463202677?id=1463202677&irclickid=QksUMzzJ%3AxyLWO-wUx0Mo3IWUkE1rn2nZV9P1s0&irgwc=1&utm_medium=Affiliate&utm_campaign=Kratochvil&utm_source=39150&utm_term=&c3ch=Affiliate&c3nid=IR-39150. Acesso em: 14 de janeiro de 2021.


    -  Alterações posturais: podem ocorrer devido à sobrecarga sobre os músculos respiratórios, posteriormente, podendo aumentar por causa pulmonares, mas também por causa da baixa quantidade de atividade física.  Essas mudanças, podem ser constatadas através de exames, por exemplo, biofotogrametria (possibilita ao profissional quantificar como mudanças / desvios).

         Frequência cardíaca e respiratória.  (figura 3)

Figura 3: Determinação na frequência cardíaca.

   Fonte: Autor desconhecido, radial pulse. Editado por Bruna Maciel Melo, obra original disponível em MedlinePlus: https://medlineplus.gov/ency/imagepages/19395.htm. Acesso em: 14 de janeiro de 2021.

         Cultura do escarro: é colhido para detectar regiões das vias áreas que podem estar infectadas (figura 4).  Observa-se cor, densidade, outros dentre os aspectos da secreção.

Figura 4: Homem realizando coleta de escarro.
Fonte: Autor desconhecido, Sputum test. Editado por Bruna Maciel Melo, obra original em MedlinePlus. https://medlineplus.gov/ency/imagepages/9945.htm. Acesso em: 14 de janeiro de 2021.

Vale destacar que os parâmetros da frequência cardíaca em conjunto com uma oximetria possuem o potencial de antecipar os casos de aumento de sintomas devido aos escores de exacerbação. 

Além disso, deve-se acatar aos aspectos psicossociais tanto do paciente quanto da família, visto que facilita a adesão do indivíduo ao tratamento, ao passo que olhemos para sua necessidade em conjunto da sua realidade.  Portanto, é recomendado conter em uma avaliação fisioterapêutica fatores biológicos, psicológicos e sociais, buscando agregar o maior número de informações que podem estar influenciando na dor, sentimentos e / ou incapacidade do sujeito.  

Referências: 

ATHANAZIO, Rodrigo Abensur, et al. Brazilian guidelines for the diagnosis and treatment of cystic fibrosis. J Bras Pneumol. vol 43, n°3, São Paulo, pág 219-245, 2017. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-37132017000300219&lng=en&tlng=en. Acesso em: 14 de janeiro de 2021.

CONTO, Carolina Lazzarim de, et al. Prática fisioterapêutica no tratamento da fibrose cística. [Araranguá-SC]. ABCS Health Sci. vol 39, nº2, pág 96-100, 2014. Disponível em: https://www.portalnepas.org.br/abcshs/article/view/629. Acesso em: 14 de janeiro de 2021.

-  PRADO, Sueli Tomazine do. O Papel da Fisioterapia na Fibrose Cística. [Rio de Janeiro]. Revista do Hospital Universitário Pedro Ernesto, UERJ, vol 10, nº4, 2011. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/revistahupe/article/view/8884. Acesso em: 14 de janeiro de 2021.

- PEREIRA, Carlos Alberto de Castro.  Espirometria. [s. l].  J Pneumol.  vol 28 (Supl 3), pág 1-82, 2002. Disponível em: http://www.saude.ufpr.br/portal/labsim/wp-content/uploads/sites/23/2016/07/Suple_139_45_11-Espirometria.pdf. Acesso em: 14 de janeiro de 2021.

-  COUTO, Victor Fernando, OLIVEIRA, Thaynara Batista de. Fisioterapia Respiratória em Pacientes com Fibrose Cística.  REVISA. vol 9, nº4, pág 698-708, 2020. Disponível em: http://revistafacesa.senaaires.com.br/index.php/revisa/article/view/640. Acesso em: 14 de janeiro de 2021.

-  BRASIL, Associação Brasileira de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Fisioterapia em Terapia Intensiva. Recomendação Brasileira de Fisioterapia na Fibrose Cística: um Guia das Boas Práticas Clínicas. [s. l]. ASSOBRAFIR Ciencia. vol 10, supl(1), pág 1-118, 2019. Disponível em: http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/rebrafis/article/view/36629/25358. Acesso em: 14 de janeiro de 2021.

-  DA COSTA, Camila Paiva, BOTELHO, Nathalia Guardiano. Função pulmonar, postura e qualidade de vida de crianças e adolescentes com Fibrose Cística. Trabalho de Conclusão de Curso – Faculdade de Fisioterapia, Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2016. Disponível em: https://www.ufjf.br/facfisio/files/2016/09/Fun%C3%A7%C3%A3o-ventilat%C3%B3ria-postura-e-qualidade-de-vida-de-crian%C3%A7as-e-adolecentes-com-fibrose-c%C3%ADstica-Camila-Paiva-da-Costa-e-Nath%C3%A1lia-Guardiano-Botelho.pdf. Acesso em: 14 de janeiro de 2021.

Comentários